O Mosteiro de São Bento da Bahia está encravado no centro histórico de Salvador. Construído pelos monges beneditinos vindos de Portugal em 1582, é a primeira fundação desta ordem religiosa nas Américas.
A história do Mosteiro de São Bento se confunde com a própria história da Bahia. Os monges que aqui desembarcaram encontraram uma cidade ainda em formação e resolveram se instalar fora das suas portas, em uma colina próxima, para melhor viver seu austero monaquismo.
O Mosteiro conheceu de perto a história do Brasil. Serviu de quartel general para os invasores holandeses (1624), foi enfermaria no período da peste espanhola (séc. XVIII), foi a primeira instituição religiosa a libertar todos os seus escravos (séc. XIX), muito antes da Lei Áurea, e serviu de refúgio para os perseguidos pela repressão do regime militar, instaurado na década de 60.
Hoje, os monges beneditinos da Bahia buscam realizar o carisma que lhes foi confiado por Deus, adaptando-se às exigências complexas de um centro de grande cidade, totalmente voltado para o trabalho religioso e social junto à comunidade de Salvador. Entre outras atividades, podem ser destacadas a dedicação dos 30 jovens monges à vida monástica, e o trabalho desenvolvido ao lado das comunidades carentes de Salvador. O Mosteiro possui um extraordinário Museu de Arte Sacra, uma Biblioteca com cerca de 300 mil volumes, um Colégio, uma Faculdade, um Laboratório de Restauração de Livros Raros, um Coral e um Arquivo de 425 anos, além de espaços para música erudita e artes plásticas.
Os monges beneditinos da Bahia nos oferecem agora a oportunidade de ouvirmos um tesouro que é conservado há mais de 425 anos nos claustros do Mosteiro: os Cantos Gregorianos. Reunidos para rezarem 5 vezes ao dia, eles entoam esses preciosos cânticos que há mais de 1500 anos vêm encantando gerações, e que são considerados o canto oficial da Igreja Católica.